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Que tal ampliar seu olhar sobre a Psicologia?

Publicado em 24/09/2022

Escrito por: Comunicação Atitus

Conheça áreas que podem oferecer uma atuação diversificada para os psicólogos

Se o seu conceito quanto a carreira na Psicologia se limita ao atendimento clínico convencional, respire fundo antes de prosseguir na leitura deste texto, porque hoje você vai dar um passo bem além no seu entendimento sobre a profissão.

Não que os campos mais tradicionais de atuação do profissional tenham perdido força, pelo contrário. Eles seguem em alta e oferecendo espaço para carreiras inovadoras. Mas atualmente, a ideia de trabalhar no consultório vêm dividindo a atenção dos profissionais com uma infinidade de outros campos do conhecimento que utilizam a expertise de psicólogos e psicólogas para aprimorar as interações humanas.

A consequência dessa evolução dentro da Psicologia é um alento a quem pensa em escolher o curso ou já está cursando: a ampliação das oportunidades em áreas e sub-áreas cada vez mais diversificadas na profissão.

Atualmente, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) prevê onze áreas de atuação para a profissão. Isso por si só já traz um panorama de mercado bem mais diversificado daquele de 15 ou 20 anos atrás. Mas além delas, os profissionais estão buscando se especializar em nichos ainda mais específicos.

Parceria com o Direito

A Psicologia Jurídica ou Forense, como também é conhecida, vem se revelando uma importante aliada da área do Direito no campo investigativo e de resolução de conflitos. Ainda que recente – começou a ser reconhecida como especialidade em 2001 –, este campo vem se solidificando e trazendo resultados relevantes ao mundo jurídico.

Para quem decidir pelo caminho da psicologia jurídica, as possibilidades de atuação vão desde intervenções que possibilitem avaliação de personalidade como subsídios a processos criminais, acompanhamento de testemunhas até ao auxílio à juizados na avaliação e assistência psicológica de menores e seus familiares, no encaminhamento a terapia psicológicas quando necessário, entre diversas outras frentes.

Conforme explica o psicólogo, doutor e professor do curso de Psicologia da Atitus William Weber Cecconello, trata-se de uma área de atuação que não exige que o psicólogo faça algo totalmente novo. O que o profissional realiza na prática é a aplicação do seu conhecimento para fins específicos.

“Trata-se de utilizar o conhecimento que se usaria na clínica, por exemplo, mas para responder a alguma pergunta do Direito. Utilizar o conhecimento que a gente tem do ser humano e do comportamento humano para transformar isso em um produto que auxilie o campo jurídico. O olhar sobre o ser humano e sobre o comportamento humano é o mesmo do que é feito lá na clínica. A diferença é para quem eu entrego esse olhar. Que produto final eu extraio desse olhar”.

Na Psicologia Jurídica, da mesma forma em que um profissional avalia um paciente que tem esquizofrenia, no acompanhamento do seu quadro no consultório, o psicólogo pode avaliar um acusado que alega ter cometido determinado crime durante um surto psicótico. Neste caso, a contribuição do psicólogo é tentar identificar se este acusado estaria simulando este quadro para benefício próprio ou se realmente estava tendo uma visão alterada e distorcida da realidade.

O professor esclarece que, em virtude dos filmes do cinema e dos seriados de televisão, ainda se tem o costume de associar a atuação da Psicologia Jurídica ao campo do Direito Criminal. Mas nem sempre é este o caso. Segundo Willian, no Brasil, a maior intersecção que se tem entre ambos é na área de família e proteção da criança.

“A partir de instrumentos da Psicologia, é possível identificar casos de alienação parental ou de um possível sofrimento psicológico por a criança estar morando com uma pessoa ou afastada de outra. Ou ainda se a família está atenta às necessidades dessa criança. Esses são exemplos da atuação que hoje no Brasil já está mais consolidada na Psico Jurídica”, explica Willian.

Outra possibilidade está relacionada à Lei do Depoimento Especial, ou depoimento sem dano ou escuta especializada, procedimento de entrevista a crianças e a adolescentes que figuram como vítimas e testemunhas de forma a apurar possíveis situações de violência.

“Trata-se de como eu vou entrevistar uma criança para obter o máximo de informações possíveis dela evitando a “revitimização”, evitando que ela passe por um sofrimento de novo por ela estar lembrando do pior dia da vida dela”, esclarece.

Na visão de Willian, ao passo que a Psicologia Jurídica oferece oportunidades pelo fato de ser uma especialidade recente, a falta de informação pode estar restringindo essas possibilidades no mercado. Segundo ele, ainda se tem muito desconhecimento do que se faz um psicólogo jurídico, qual o seu papel e de como trilhar para chegar até lá. E isso acontece tanto por parte do Direito, quanto dos próprios psicólogos.

“Aqui no Brasil, esta é uma especialização. Então é necessário buscar um conhecimento complementar à graduação. Por ser uma área nova, tem uma chance de expansão gigante. Hoje quem está mais reconhecido é o profissional que passa num concurso e vai trabalhar na área pública, mas essas são poucas vagas. Porém há uma atuação da prática no meio privado em expansão, mas que depende muito do conhecimento. De o psicólogo entender o que é a realidade do Direito para saber o que oferecer e o profissional do direito entender no que ele pode se beneficiar com o conhecimento do psicólogo”, alerta.

No mundo dos jogos eletrônicos

Se pensar a Psicologia do Esporte como algo novo frente a áreas mais tradicionais da profissão, o que dizer então dos psicólogos que atuam junto a equipes profissionais de e-Sports? Os e-Sports são práticas de jogos eletrônicos que se tornaram um fenômeno mundial e que crescem vertiginosamente ano a ano no Brasil, com equipes formadas por competidores profissionais e que atuam em times ou individualmente. Em virtude do crescimento, já existem no Brasil diversos times profissionais (incluindo clubes de futebol consagrados como São Paulo, Flamengo e Corinthians).

Ainda que não exijam nenhuma atividade física, os e-Sports são considerados modalidade esportiva em quase todo o mundo. O tamanho crescimento das competições vem fazendo deste um negócio sério, lucrativo e altamente profissionalizado, em busca de ferramentas cada vez mais sofisticadas para garantirem o desempenho desejado.

A principal frente de atuação de um psicólogo de e-sports é por meio do acompanhamento, preparação e treinamentos, uma vez que as exigências nas arenas nos campos emocional, psicológico e neuromotor são intensas. Assim como em qualquer modalidade esportiva, durante as competições, os pro-players precisam lidar com a pressão e ansiedade, trabalhar motivação, alcance de metas e coesão grupal. Mas há ainda as questões específicas da área como treinos de atenção e de reflexos e outras funções cognitivas relevantes para sua modalidade.

Apaixonado por jogos eletrônicos, o novo-hamburguense Matheus Schneider do Valle, 26 anos, vislumbrou há cerca de um ano o futuro profissional dos sonhos, aliando duas coisas que ama: a Psicologia e os games. Estudante do sétimo semestre de Psicologia, Matheus não esperou colocar a mão no diploma e já está atuando junto a uma equipe profissional de Valorant, jogo de batalha onde disputam dois times de atiradores de elite em busca de um objetivo específico. Claro, com o acompanhamento de um supervisor.

O futuro psicólogo, que já acompanhava de perto o cenário competitivo dos jogos eletrônicos desde 2016, tomou conhecimento do trabalho junto às equipes profissionais pelas redes sociais e ficou fascinado com a possibilidade de juntar os dois mundos.

“Não foi algo que eu sempre pensei em fazer, ao contrário, nem conhecia. Quando descobri essa área comecei a buscar informações, a fazer cursos, a conhecer pessoas e, um ano depois, estou aqui, apoiando uma equipe profissional”, recorda.

Matheus explica que assim como todas as modalidades de alto desempenho, o trabalho de apoio é fundamental, e totalmente interdisciplinar, sendo a psicologia uma das frentes. Fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais também estão começando a atuar nesse grupo de preparação, que segundo ele, faz toda a diferença na hora de obter os resultados. Ele reitera que quando se atua com competidores de alto nível, muitas vezes o que faz a diferença não são necessariamente as questões técnicas e táticas em si, uma vez que todos que estão nas competições já estão no topo. Mas o que acaba fazendo a diferença é o preparo emocional para lidar com a pressão, com a ansiedade e demais aspectos da parte mental do jogo.

“Ter essa parte bem sedimentada faz com que o atleta tenha uma maior performance, uma maior chance de ganhar”, relata o estudante, que além da atuação junto às equipes, se dedica também a criação de conteúdos sobre psicologia nos esportes eletrônicos em um site e nas redes sociais.

Na visão do estudante, esta é uma área da Psicologia que ainda vai crescer muito e que vai acompanhar a evolução dos esportes eletrônicos. Para ele, trata-se de um trabalho que ainda carece de reconhecimento, mas que com o trabalho e com os resultados alcançados, os psicólogos vão conquistando mais espaço.

“Tem sido uma experiência muito bacana e tem me aberto muitas portas. Tudo isso para que quando eu me formar, meu trabalho possa estar mais consolidado no mercado. E sem falar na alegria de ver os resultados. O time que atuo já conseguiu vaga para o mundial. É gratificante ver as conquistas bem expressivas no cenário de Valorant aqui no Brasil”, comemora.

Se para Matheus, esta ainda é uma experiência relativamente recente, para a paulista Natalia Zakalski, a bagagem e o know-how adquiridos já lhe credenciam a ser uma referência no mundo dos jogos eletrônicos profissionais.

Apesar de formada há cinco anos e de ter iniciado na área apenas a partir de 2018, a trajetória da psicóloga, pós graduada em Psicologia do Esporte, especialista em e-sports, alto desempenho e saúde mental, já é bastante intensa: acumula passagem no preparo de atletas e comissões técnicas de equipes reconhecidas no meio e coleciona diversas conquistas, incluindo títulos nacionais e participação em competições internacionais de peso nos circuitos de jogos eletrônicos. Sua estreia aconteceu na equipe CNB e-sports, onde atuou por um ano. Na sequência, na INTZ e-sports, atuou por um ano e meio, período em que o time conquistou dois títulos nacionais, dois vice-campeonatos e diversas classificações.

Atualmente, Natalia atua nas equipes profissionais Vorax (onde já realizou o acompanhando e preparo de atletas de League of Legends, League of Legends Academy e Valorant), Fluxo (Freefire) e São Paulo Futebol Clube (Pro Evolution Soccer). Em geral, seu trabalho consiste no atendimento das equipes entre as competições e no acompanhamento dos jogos durante os campeonatos. São realizadas atividades em grupo focadas no alto rendimento do time, melhor desempenho nos treinos e também recursos de fortalecimento mental, tanto individual, quanto em grupo. Há também atendimentos individuais. Durante as competições, a preparação mental anterior aos jogos é voltada a equilibrar a ansiedade competitiva e, também, motivação e melhor performance. Nos dias de jogos, a preparação pode incluir até mesmo atividades de meditação dos atletas.

Aos estudantes de psicologia que já têm em mente seguir pelo caminho do e-sports, Natalia recomenda que primeiramente estudem e se especializem em Psicologia dos Esportes tradicionais para então buscar o direcionamento para projetos com equipes de games profissionais.

“Busque times universitários e times de tier C (níveis profissionais mais baixos nos rankings). Essa experiência vai ajudar muito o profissional a se inserir no meio dos esportes, pois muitas dessas organizações buscam apoio psicológico. Podem ser trabalhos com valor mais baixo ou até voluntários, mas que vão te oferecer boas experiências e vivências”, sugere a profissional, que recomenda também a participação em grupos de estudos e realização de workshops para ajudar na inserção no meio.

A diversificação e a diversidade no consultório

Para quem está com o olhar atento às oportunidades do mercado e a demandas pouco atendidas pela profissão, até mesmo as áreas mais tradicionais da Psicologia, como a clínica, por exemplo, oferecem novos e diversificados espaços de atuação. Com pouco mais de um ano de formada, a psicóloga Isadora Cechin Filipiack vem construindo sua trajetória profissional e já colhendo bons resultados ao atuar em um nicho cuja demanda é cada vez maior: o atendimento ao público LGBTQI+.

A decisão de atuar nesta área nasceu ainda durante a graduação. No meio do curso, o tema começou a despertar a atenção da então aluna, que buscou conhecer mais a fundo e estudar melhor as questões da diversidade sexual e de gênero.

“Esse movimento foi muito significativo pra mim. Até então, esse era um tema sobre o qual eu não tinha uma vivência pessoal. Assim que eu comecei a pesquisar o assunto, eu percebi que muitos psicólogos não sabiam trabalhar com a diversidade, com as pessoas LGBT, e que existia muito desconhecimento sobre esse público. Além disso, havia relatos de discriminação nos consultórios. Foi a partir disso que eu decidi me especializar na área para poder oferecer um tratamento adequado que promovesse saúde, e não sofrimento para essas pessoas”.

Mas não foi apenas a identificação com o assunto que aconteceu durante a graduação. Foi ainda em sala de aula que Isadora percebeu o quanto o mercado a esse público não despertava o interesse dos demais estudantes, transformando este fato em sua oportunidade de projeção profissional no futuro.

“Além de perceber que os meus colegas de profissão não se apropriavam dessa temática, eu ouvia das próprias pessoas LGBT o quanto era difícil encontrar um psicólogo que realmente desse conta e que os acolhessem. E quando encontravam, acabavam indicando para vários amigos”, relata a psicóloga, que teve como temática em seu trabalho de conclusão o estudo sobre as famílias de pessoas transgênero, outra abordagem que também acabou implantando no consultório depois de formada.

Para Isadora, as oportunidades no mercado na psicologia vêm se ampliando porque as pessoas estão buscando cada vez mais por serviços de saúde mental. Para ela, a boa notícia está no fato de essa procura estar cada vez menos associada ao diagnóstico ou tratamento de transtornos mentais e cada vez mais relacionada à busca pela qualidade de vida, e que nesse sentido a psicologia vem avançando e ampliando as oportunidades.

“Além de recomendar a psicologia e psicologia clínica, eu recomendo aos estudantes atuarem no mesmo nicho de mercado que atuo hoje. Mas eu acredito que cada um precisa escolher aquilo que faz sentido pra si, aquilo com o qual se identifica e que tenha habilidade técnica. Quanto mais psicólogos tivermos, que saibam atender a diversidade, que possam promover saúde para essa população, melhor”, aconselha a profissional.

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