Habilidades que você deve ter (ou desenvolver) para empreender
Publicado em 24/09/2022
Escrito por: Comunicação Atitus
Seja à frente de um negócio, de um projeto pessoal ou dentro de uma organização, empreender é um caminho repleto de obstáculos e, para superá-los, além do conhecimento técnico da área em questão, algumas atitudes e habilidades são necessárias.
São as chamadas soft skills, termo que o psicólogo e escritor Daniel Goleman define como “traços e comportamentos que caracterizam nossos relacionamentos com outros” e que são cada vez mais requeridas nos ambientes de trabalho, conforme as estruturas organizacionais evoluem. Isso significa que não só quem tem o sonho de empreender deve se preocupar em desenvolvê-las.
Para comentar sobre a importância dessas habilidades, convidamos especialistas e profissionais que decidiram tirar ideias do papel e abrir suas próprias startups. Mas, antes, vamos conhecer mais sobre essas competências.
CONHEÇA O COMPORTAMENTO DO EMPREENDEDOR DE SUCESSO
A professora Cláudia Santos ministra a disciplina Desafios do Comportamento na Atitus e listou competências empreendedoras que podem ser desenvolvidas por quem busca uma carreira ou um negócio de sucesso. São habilidades que, segundo ela, fazem com que o empreendedor seja mais assertivo em suas tomadas de decisões, ao articular processos, definir estratégias, obter uma organização externa e interna viabilizando a gestão do tempo.
“Desta forma, o empreendedor irá compreender as transformações constantes que estão ocorrendo no mundo ao seu redor e as mudanças empresariais que precisam ser analisadas e implementadas em suas organizações”, acrescenta. Habilidades que você pode desenvolver para ter uma carreira ou empresa bem-sucedida:
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Comunicação: impacta na capacidade de influência e persuasão do empreendedor, que, para atingir os objetivos do seu negócio, deve manter uma boa rede de contatos e relacionamento.
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Liderança: conquista o respeito da equipe e sabe gerenciar pessoas, de forma a mobilizá-las em torno de um objetivo comum.
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Flexibilidade e resiliência: para alcançar o sucesso, é preciso estar preparado para lidar com mudanças e imprevistos, sem perder a motivação.
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Trabalho em equipe: colaborar com pessoas faz parte da construção de um negócio ou projeto.
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Criatividade: importante aliada do empreendedor, possibilita pensar e agir de forma diferente, buscando soluções inovadoras para os problemas dessa jornada.
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Proatividade: permite antecipar-se às situações, buscando melhorias para o produto ou mesmo a expansão dos negócios.
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Empatia: ajuda a enxergar além da venda e do lucro, agir de forma a ajudar o cliente e a equipe.
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Ética no trabalho: distingue os empreendedores bem-sucedidos dos maus negócios, garantindo a idoneidade e a reputação do profissional ou da empresa.
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Pensamento crítico: aumenta a capacidade de avaliar e posicionar-se em diferentes situações.
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Atitude positiva: a mentalidade reflete na forma como reage diante das adversidades, além de influenciar na motivação da equipe.
Além dessas, outras características marcantes do empreendedor bem-sucedido são: disciplina, foco e firmeza de propósito.
Vale lembrar que, embora possa ser a porta de entrada para um mundo de incertezas, empreender não é somente para aventureiros, como ressalta Claudia. “Muitos acreditam não possuir ‘jeito para negócios’ e desconhecem que as características do comportamento empreendedor não são natas, podem ser desenvolvidas com dedicação, esforço e muita persistência”.
TENHA UM PROPÓSITO CLARO
A possibilidade de unir o trabalho por um propósito impactante com flexibilidade de horários foi um dos fatores que levou Leonardo Mecca, 25 anos, a empreender. Formado em Engenharia de Produção, ele conta que sempre teve vontade de empreender.
Entre os 19 e os 23 anos, trabalhou prestando consultorias na sua área de formação. Há cerca de dois anos, ele e mais dois sócios criaram a WhyDea, startup builder sediada em Passo Fundo, no Norte gaúcho.
Criada em 2019, é hoje uma edtech focada na educação empreendedora, oferecendo serviços que vão desde a ajuda ao cliente para tirar a sua ideia do papel até a busca por investimento. Em 2020, a startup cresceu 75%, alcançando um valuation de R$ 3,8 milhões.
“Nascemos para tirar ideias do papel, passando por um processo de validação da ideia de negócio do cliente, verificando ao final de 45 dias, se esse projeto tem possibilidade de sucesso ou não”, relata.
Para ele, as habilidades necessárias para abrir um negócio ou uma startup se dividem entre pessoais/emocionais e técnicas ou de gestão. No primeiro grupo, ele aponta como principais a inquietação e a resiliência.
“Você precisa ardentemente de um motivo que te move, um propósito claro, uma vontade imensa de resolver um problema ou mudar a realidade à qual você está inserido (essa realidade pode ser financeira, pessoal, social e afins), fazendo do empreendedorismo o meio para a transformação.”
Considerando que empreender é resolver problemas a maior parte do tempo, Leonardo afirma que conseguir lidar com a pressão trazida com eles é fundamental, assim como aceitar os erros que acontecem e corrigi-los rapidamente.
Outro fator-chave para ele, no grupo de habilidades técnicas, é a capacidade de gestão, por meio da criação e acompanhamento de indicadores claros de desempenho, por vezes chamados de KPIs (Key Performance Indicators).
“A gestão por indicadores gera uma clareza essencial para entendermos o que está dando certo, e o que está dando errado no setor mensurado pelo KPI, permitindo, assim, correção rápida de erros.”
Outro fator importantíssimo é a estratégia de negócios, ou seja, ter a capacidade de criar um plano de ação que vai desde a abertura e inserção estratégica nos mercados até as vendas, por exemplo.
APAIXONE-SE PELO PROBLEMA
Médico graduado pela Atitus, Jefferson Cunha é hoje fundador e CEO da Doutor Call, uma plataforma de telemedicina que surgiu em meio à pandemia, com a proposta de conectar médicos e pacientes. A história dele com o empreendedorismo e inovação começou há cerca de quatro anos, quando assumiu a presidência do Diretório Acadêmico do curso de Medicina e passou a buscar novos olhares para compartilhar com os colegas.
Com a Mostra de Inovação e Desenvolvimento em Saúde, um espaço de troca de conhecimento com pesquisadores, médicos e demais profissionais da área, Startup Weekend e hackathons, foi se aprofundando no tema.
Em 2020, com o início da pandemia, entendeu que era preciso agir de forma ativa e não apenas defensiva. Assim, criou a Central de Teleorientação Médica, iniciativa que viria a inspirar a Doutor Call.
Para chegar à startup, criou um modelo de negócio e uma versão simplificada do que seria o produto final (Minimum Viable Product - MVP - ou Mínimo Produto Viável), pensando em médicos que estavam impedidos de atender, uma vez que, na época, os consultórios estavam fechados, e em pacientes que precisavam de atendimento, mas não podiam se deslocar, por medo ou por integrarem algum dos grupos de risco.
Em cerca de 40 dias, o novo negócio recebeu o convite para ser incubado e acelerado pela Rede de Farmácias São João.
Criatividade, resiliência, liderança, perseverança e não ter medo de cometer erros, mas sim a capacidade de identificá-los e corrigi-los. Essas são as habilidades que Jefferson considera mais importantes para quem deseja abrir um negócio ou startup.
“Nem sempre a primeira vez que fizer será da forma correta e dará certo, então vai precisar refazer, testar e saber que talvez dê errado, mas está tudo bem, porque errar faz parte do processo. Mas a principal característica para abrir uma startup é ter resiliência, é saber que tu vai abrir, errar rápido e vai consertar. Sem desanimar." Para empreender, ele acredita que é essencial estudar o que já foi feito, conhecer o que deu errado e o que deu certo, mas ter em mente que não há “receita de bolo”.
“Cada jornada empreendedora vai ser diferente, vai ter suas peculiaridades, mas, principalmente, é importante identificar o problema que tu vais resolver, quem são as pessoas que estão sofrendo com esse problema e testar a solução com elas. As soluções podem durar um tempo - seja ele curto, médio ou longo -, mas o problema pode existir para sempre.”
Conhecendo profundamente o problema, o empreendedor consegue identificar se é o momento ideal para aquela solução, se ela é o que as pessoas desejam.
“Para ter sucesso, é necessário se apaixonar, de fato, pelo problema.”
EMPREENDA DENTRO DOS NEGÓCIOS
Não só para abrir um negócio, o comportamento empreendedor também é cada vez mais valorizado pelas organizações. Isso porque, assim como na jornada do empreendedor, resolver problemas é um desafio constante em qualquer negócio.
É aí que entra em cena o intraempreendedorismo, que consiste em empreender e resolver problemas internamente em uma empresa ou startup.
Em startups, que trazem a agilidade como característica, e mesmo em organizações já consolidadas, profissionais que reúnem essas características ganham destaque. Por isso, o intraempreendedorismo tende a se tornar um colaborador muito importante dentro da companhia.
“Um intraempreendedor, que vê uma oportunidade de melhoria interna, pode rapidamente criar uma solução para esse problema, fazendo com que a startup cresça ainda mais rápido ou tenha menos erros no dia a dia”, considera Leonardo Mecca, da WhyDea.
A cultura do intraempreendedorismo, na avaliação dele, deve se consolidar ainda mais nos próximos anos. “Os intraempreendedores, com certeza, irão crescer e ganhar cargos de importância dentro das empresas e, como em alguns casos já existentes, receberão percentuais societários na startup em que atuam, devido à sua importância”, observa.
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